sexta-feira, 30 de outubro de 2015


Era pelo avesso que mais gostavas das coisas.
Arrancavas as asas das formigas, pois sabias que ia chover, sempre sabias!
A chuva tornava mais linda a flor de urucum, e com ela tu pintavas os cabelos e os lábios, dizendo-me entre sorrisos que não era pra temer nada...
O meu silêncio permanecia, um silêncio de estátuas, de mortos, o som vital que entrava pelos cômodos da casa vinha de outros lugares, sirenes e vozes desconhecidas...eu me distraia enquanto injetavas em mim os teus venenos, entravas em mim, em minha corrente sanguínea, desmistificando os meus limites, virando a minha alma pelo avesso, meus silêncios, meus medos...
Instalou-se em meus lugares escuros e nebulosos...
Eu posso te ouvir...
Sim, posso te ouvir...
Eu ouço a chuva...
Janaina Cruz

7 comentários:

  1. hummmmmmmmmmmm! gostei muito disso.Vc takitá de romântica.

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  2. Suas obras sempre muito bem detalhadas onde poesia e imagens estão fundidas em narrativa soberba!
    Grande abraço, sucesso, grato pela visita e um ótimo final de semana!

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  3. Saber ouvir a chuva não é pra quem quer e sim pra quem pode. Lindo texto.
    Cadinho RoCo

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  4. Parabéns. Sem palavras. Viajei no tempo, para um tempo que a gente brincava na chuva, jogava bola, se sujava de lama ( as mães sofriam coitadas). Oh infância...

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  5. Querida amiga Janaina

    Perdoe-me a ausência.
    Final de ano, para quem ensina
    o tempo fica curto,
    mas estamos sempre visitando
    espaços preciosos que nos fazem tão bem.

    Gostaria de convidá-la a visitar o meu blog
    www.sonhosdeumprofessor.blogspot.com
    onde postei uma entrevista que fiz recentemente
    e que está sendo vinculada na mídia de Fortaleza.

    É também uma forma de entender a forma
    que penso a Educação que acredito
    e a qual dedico a minha vida.

    Um imenso abraço.

    Aluísio Cavalcante Jr.

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  6. Lindo :) Como sabe bem ouvir a chuva! :)

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  7. Ouvir a chuva e escrever poesia = momentos bons da vida.
    Gostei.
    Desejo que a amiga se encontre bem.
    Bj.
    Irene Alves

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