sábado, 5 de novembro de 2016


Estou parada no escuro
O breu torna insensível por completo o meu tato
E os outros sentidos também...
Há um dueto acontecendo entre a minha mente e a chuva ruidosa.
Já estávamos perdidos,
Senti todas as fases do fim.
O fim é a única coisa real!
O peso e a dor  nos ajudam a desabotoar as fantasias.
Perguntei naquele tempo a mim mesma 
Seria capaz de suportar aquela dor?
E fiquei surpresa com todas as dores que pude suportar,
A dor que mais doeu foi a dor do meu nascimento,
E as  dores dos partos dos meninos que arrancavam as asas das borboletas...
Odiava quando teus pés impacientes batiam nos meus em madrugadas frias.
Débeis horas insones, dois tragando solidões e desesperanças frívolas...
Agora só a mão da escuridão toca a minha pele, calando o meu corpo, vívidos estão apenas o instante, a mente e a chuva ruidosa,
Mas logo hão de cessar para sempre...

Janaina Cruz

terça-feira, 17 de maio de 2016

Curvas


Em teus braços, borboletas mortas.
Agudas cores cortadas ao meio
És vermelha...
Asas crestadas
Tremulas mãos...
A luminosidade dos meus olhos
Perdem-se em tuas curvas,
Em tuas coxas...

Janaina Cruz

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...