segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O meu livro na Bienal de São Paulo






A realização de um sonho a muito tempo desejado, e isso só foi possível graças a pessoa que amo: Leandro Medeiros Santos.
Meu amor, obrigada por tudo...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Clandestinos



Éramos tão inocentes
Esperávamos o momento certo
Juntávamos forças e dizíamos:
Uma hora vai acontecer, seremos libertos!
Mas nada aliviava os nossos pavores
Nem nossas vergonhas ou culpas.
Então começamos a atear fogo
Nas bênçãos então inventadas
Em tantas desculpas esfarrapadas
Deixamos pessoas atordoadas
Frases nos muros e em tantas calçadas
Pintamos a cara, e não mudamos nada
Chegamos ao ponto da desconstrução
Desde então somos clandestino
Imorais, sem tino, apaixonados, anti sociais
Apaixonados pelo prazer de prestar mais atenção
Com bandeiras brancas nas mãos
Libertos dos monstros da ignorância
Tentando tratados de paz, novas alianças
Somos deixados pra trás
Não saímos nos seus jornais
Nos julgam anarquistas demais
Nossa música não toca em sua rádio
Seus chefes nos olham com escárnio
E nosso crime é a liberdade
De poder melhor a nossa cidade, nosso estado, nosso país
É ver nosso povo feliz.
Mas isso não é bom pra vocês,
Vocês nos ferram, nos apagam de vez
Querem ter seus lugares seguros,
Nos enclausuram em altos muros
Com controles na mão pra nos controlar
Acontece que alguns de nós usam vendas
Outros não sabem voar...

Janaina Cruz

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Palavras de sangue




O que ficou dentro quer sair na escrita vermelha
Quer abandonar o corpo seguir...
Já não alimenta órgãos vitais,
Zumbi insuportavelmente silfídeo.
As palavras quase nada transmitem 
Se não estiverem banhadas em sangue.
Descasco as feridas, pouco importa se vão doer
Deixá-la quieta é fingir que tudo tende a passar
Mas sei que não passar...
Arranho a garganta no grito
É inútil...
Insuportáveis músculos sustentando uma vida que passou.
A vida inabitável...
Insana poesia escrita a sangue, coagulando em círculos
Esféricas blasfêmias da carne apodrecida.
Abrem-se os caminhos do desequilíbrio libidinoso
Mas estou muito cansada...
Os sonhos são inférteis
O coração está vazio
O sangue fluindo da pele, como um rio que vai embora, pra onde, eu não sei...

Janaina Cruz
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