quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Cisão



Ao redor dos lábios havia um veneno encantador, não matava, mas entorpecia.
Ela vivia ao redor dos bares, oferecendo beijos de whisky aos sonhadores, devorava seus silêncios, seus odores, e mastigava-os como chicletes, presos entre o
s dentes, descobriam o peso faminto da dor e da coragem de amar, a beleza que entra pelos olhos, pelos ouvidos e pelos poros.
Era um dia sulfuroso e ela sempre queria mais.
Ria, como a lâmina ri ao provocar a cisão.

Janaina Cruz

16 comentários:

  1. Me lembrou a historia da bela cigana Carmem... ela vivia assim e dizia que uma cigana pode entregar o seu corpo, mas nunca o seu coraçao, pois quando isso acontecesse ela estaria condenada a morte...e o que ela acreditava, se cumpriu na vida de Carmem...
    O texto me lembrou essa historia muito difundida entre nos ciganos...

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    1. Adoro histórias ciganas Frida, a sensualidade das histórias e lendas...

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  2. Olá Janaina!
    Belo poema. E é pelo que aqui escreve e inspira que lhe atribuí hoje o Selo Versatile Blogger. Veja no meu blog.
    Um abraço,
    Elisabete

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  3. Olá.

    Muito bom... gostei do texto.
    Meus parabéns e uma boa tarde.

    ;D

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  4. Minha querida

    Muito belo e muito forte este poema que adorei...simplesmente MARAVILHOSO.

    Beijinho com carinho
    Sonhadora

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    1. Tu me encantas Rosa, teu perfume fica em minha alma, sempre!!!

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  5. Lindo texto, preciso, cirúrgico, profundo e eficaz!
    Abraços, Janaína!

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  6. Obrigada pela visita Expedito, e o carinho do comentário, espero vê-lo sempre por aqui.

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  7. Gostei muito deste post, em poucas palavras ficam tristeza, sensualidade, solidão... e não eram precisas mais palavras para dizer estas tão bem!

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