domingo, 20 de abril de 2014

Incompletudes


Despeço-me do bando, ando pelas madrugadas desfiguradas, com fome e só.
Eu e a cidade permanecemos em silêncio...
Cães de rua festejam a minha presença e mesmo assim, sinto-me só.
Agora chove, gotas entrelaçam-se no vento, em meu olhar há um mar.
Jardins tornam-se úteros lascivos, para onde pretendo voltar, sempre volto.
Deito-me na grama molhada, acompanham-me as pedras e o silêncio.
Estou triste!
Muito triste!
Palavras sangram em minha mente, sangram as flores ao meu redor...
Em meu monólogo descobri novidades, contei –me tudo sobre nós...
Contei para os velhos passarinhos da praça, velhos sábios!
Basta-me agora umas lascas de pão e nomes de flores diversas que cismo de inventar.


Janaina Cruz

9 comentários:

  1. Sempre lindo te ler! Bom te ver!

    Feliz Páscoa e tudo de bom sempre! beijos,chica

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  2. mora na incompletude o componente que iça os corpos para frente: a dúvida.
    que as lascas de pão alimentem mas não matem sua fome, para que possa permanecer incompleta e sempre buscando o que falta.

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  3. O bom que tudo isso passa... tudo isso.

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  4. Estou triste.
    Estais triste.
    Lindo! A tristeza é muito linda.
    Beijos!!!

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