sexta-feira, 7 de março de 2025


As delícias

 

Tem poemas que nem sei como devo começar, a lógica começa a afastar-se de forma cadenciada, coagulando qualquer sentido ou foco. Foco em coisas em pares. Pequenas palavras par em par, desbravando uma gravidade tão intensa... alcançando plenitudes de versos, que gravitam por paragens púrpuras, acesas no meu batom.

O batom que ecoa pelo teu corpo tão intenso e luminoso, fazendo um sol escorregar pelo teu peito de rituais codificados com linguagens cruas. Provo-te cru, dos pés à cabeça, deitado na cama, encostado na parede... cutuco as tuas coxas mornas entusiasmadas.

Atiço o teu sexo, tua loucura vocabular capaz de fazer levitarem montanhas imprevistas. Sussurro em teus ouvidos as frases de profecias eróticas e aromáticas... Tua boca reverberando em minha anágua, o despertar do teu almíscar incendiando a cena, pondo fogo em meus lençóis de maresia e amaciante.

  Janaina Cruz

 

 


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