As delícias
Tem
poemas que nem sei como devo começar, a lógica começa a afastar-se de forma
cadenciada, coagulando qualquer sentido ou foco. Foco em coisas em pares.
Pequenas palavras par em par, desbravando uma gravidade tão intensa... alcançando
plenitudes de versos, que gravitam por paragens púrpuras, acesas no meu batom.
O
batom que ecoa pelo teu corpo tão intenso e luminoso, fazendo um sol escorregar
pelo teu peito de rituais codificados com linguagens cruas. Provo-te cru, dos
pés à cabeça, deitado na cama, encostado na parede... cutuco as tuas coxas
mornas entusiasmadas.
Atiço
o teu sexo, tua loucura vocabular capaz de fazer levitarem montanhas imprevistas.
Sussurro em teus ouvidos as frases de profecias eróticas e aromáticas... Tua
boca reverberando em minha anágua, o despertar do teu almíscar incendiando a
cena, pondo fogo em meus lençóis de maresia e amaciante.