quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mariposas



A pequena lâmpada brinca de ser sol
Muitas mariposas dançam ao seu redor
Desfrutando de uma efêmera felicidade
Excitadas pela claridade 
Prendem-se ao presente ambivalente
E o futuro trágico.
A manhã que nunca chega
E exaustas de buscá-la
Rendem-se a emboscada da luz
E quando não saem machucadas
Queimadas perdem a vida
Ainda olham para trás 
Mas a vida já passou...

Janaina Cruz

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Amar é assim


Meu amor na pedra do rei, o mais alto lugar de Cajazeiras - PB
A cidade aos seus pés, ao longe, todos os montes azuis...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Rabiscos





Rabiscos nas pálpebras do tempo
Desenhos e expressões sorridentes
Claro que há sensações que nos incomodam
Essas não acomodo em meus cômodos íntimos
Quando estamos tristes medimos a fala e, fechamos as portas das mágoas.
A minha mão brinca de tocar a tua
Logo tudo passa...
Queremos um canto só nosso
Vasos com flores, prateleiras cheias de livros
Queremos tapetes e almofadas
Jardins e crianças
Em nosso quintal pequenas hortinhas
Cachorro e galinha
Brinquedos esquecidos.
Quero que deites bem perto de mim
Para olhar o céu cheinho de estrelas
Que nossa vida seja sempre assim:
Meu chinelo juntinho do teu
Nossa fala tão mansa
Música sempre a rolar
E falinhas de criança.

Janaina Cruz

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Amor

Meu amor com violino


Veja, quanta fumaça sai dos carros, e quantos motoristas apressados, olhando para o relógio o tempo todo, são tantos os que colhem capítulos insignificantes de vida, circunstâncias tão parecidas, depreciadas.
Procuro não pensar mais no tempo, procuro fugir do estigma de um robô, sigo os conselhos de Osho, aprendendo a ser uma nova criança.
Excluo do meu telefone números que não servem mais, e até sinto saudades de algum tempo, mas já nem sei quanto tempo faz. Pensando em libélulas e as confundindo com outros insetos, até te imagino rindo de tudo isso: Do meu olhar de soslaio, sempre na defensiva, vertendo, vertendo, vertendo...
Quis o destino dar-me tua trilha sonora, tuas notas bicéfalas enchendo as minhas veredas, lambendo os meus ouvidos.
Tu e o violino tocam-me tão profundamente.
Vejo então a face de um outro mundo, onde posso escolher não pertencer a nada, a nação alguma, a nenhuma regra ou religião, posso escolher como chamar os meus dias e, quero que chamem-se amor, que chamam-se amor as minhas horas, que chamem-se amor os meus filhos, os meus amigos e, que eu também me chame amor.

Janaina Cruz

sábado, 7 de janeiro de 2012

Vida


É preciso abrir os olhos quando a manhã nasce
Mesmo que nela estejam explícitos sonhos minguantes
Rastros de sonhos presos nos arcos dos olhos e as pálpebras pendentes de reflexos.
Há sorrisos de nascem de uma teimosia, mesmo que parecesse não haver mais nenhum...
Ouvir um coração é importante, pode ser qualquer coração, a vida explode pelos poros, pela respiração, pelos violinos do tempo, eles nunca param de tocar.
Essa música que evocamos, melodiosa de desejos e vontades nos faz estremecer.

Janaina Cruz 

[poesia feita em 03/05/2010]

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tempo, tempo, tempo

[Meus 3 filhos que hoje estão maiores que eu.]

O tempo me traiu e eles cresceram rápido de mais...

Janaina Cruz

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Como olhos de Deus

Eu com 4 anos

Inquestionáveis olhos, como soldado de campanha, buscando a tudo que desconhecem, dilatando instintos,
Sendo o que nunca foi: Rosa aberta a espera de pássaros coloridos.
Um poeta não se conforma, carrega consigo muitas histórias e, forças que moveram algum passado, relógios nucleares.
Há no sorriso alguma incerteza e a falta de ligação da mente com os pés, os pensamentos levam  a caminhos muito maiores e, uma certa inveja da tranquilidade das árvores, que imóveis e pacientes, esperam a chuva cessar, riscando seus corpos de lágrimas frias.
Depois de mim, chegarão outras crianças com soldados de campanha nos olhos, parindo letras, serpenteando assuntos que irão fazer, sonhar, rir ou sentir alguma ira. Suportamos o germe da sucessão.
O tempo que nos consome também se avizinha, a cada nova inspiração.
É suave o silêncio de uma criança vislumbrando a infindável sucessão.

Janaina Cruz
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