sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É pra sempre!

Porque é amor--->&

[ Infinitamente amor ]³

A todos ótimos festejos de fim de ano, logo estarei de volta...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Minha rosa cálida da meia noite



Um sonho triste rasgou a noite
Um sonho oposto a poesia
Um sonho que a manhã enforcaria
Acabando o espanto e a agonia...

Caí  

                         No


                                                                 Sono...



Minutos


                          d
                                             e
                                                        p
                                                                    o
                                                                             i
                                                                                        s 
.
.
.

E  tu era a minha rosa
A rosa que o vento nunca declina
Meu raro poema, minha melhor prosa
O cheiro de mato da verde colina

Rosa morena
Que em noites cálidas
Eu fogo e tu palha

Brasa da noite
Brasa
Acendendo estrelas
Que o breu apaga

Jana Cruz

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A donzela e o diabo



Essa história sucedeu lá pros lados da Bahia.
Terra do carnaval, Dorival, da pimenta e dalegria. 
Numa certa ocasião o diabo aparecia. 
Flertando com toda gente, enganava e sumia. 
Misturava muita coisa religião e sodomia. 

O diabo era ardiloso conquistava com presentes. 
E por dentro era feioso, rancoroso, impertinente. 
Puxava uma nota de cem deixa a muitos contente. 
Fingia ser gente de bem, passava até por crente. 
Depois de escolher a vítima afiava logo os dentes. 
Sugava tudo o que tinha deixava a dependente. 

Disfarçava-se de elegante, usava máscara de formoso.
Sem disfarce era magrela, barrigudo e invejoso. 
Até parecia sensato, inteligente, respeitoso. 
Dá bíblia sabia tudo, de traz pra frente o engenhoso. 
Mas Deus não lhe dava bola, oh! Troço ruim e mentiroso... 
Em alguns dias da semana ia pra culto religioso. 

Desencaminha mulher casada a população denuncia. 
Homem, menina, velhinha a vizinha até se agonia. 
Inventava muita rima, prosa e até poesia. 
Tacavalhe maquiagem pra tentar uma melhoria. 
Usava os seus poderes, seus olhos eram seus guias. 
Pegava o que surgisse pra provar sua teoria. 

Na peleja do diabo abriu-se um buraco no chão. 
Caiu nele uma donzela de cultura e educação. 
O bicho abriu as asas parecia um pavão. 
Fingiu que era amor, coisas do coração. 
Levou ela no bico, jogou a na escuridão. 
Valei-me meu padim padre Cícero, nossa senhora da Conceição. 

Com um terço na mão implorava a bixinha. 
Nossa senhora me defenda minha mãe, minha madrinha. 
Me traga um pouco de luz, alguma ideia, uma coisinha. 
Que me faça sair dessa, nem que seja de noitinha. 
Faço tudo o que quiseres, serei pra sempre boazinha. 
Cai nessa sem querer, foi coisa de relance. 
Fui dar bolas para o cão, e logo entrei entranse. 
Cai no conto do maldito, preciso de uma chance. 
Sei que tem uma saída e que está ao meu alcance. 
Pra enganar o descarnado penso em algum lance. 
Aviso que sei dançar e peço que ele dance. 

Quando o sete caras for dançar empurro o na água benta. 
Tomara que quebre a cara e tudo que lhe sustenta. 
Amarro-lhe uma cruz quero ver se ele aguenta. 
Camaleão mascarado vamos ver o que inventa. 
Depois de cair a máscara tua maldade aumenta. 
Cresce também a idade pra mais de cento e cinquenta. 
O bicho é feio mesmo pior do que aparenta. 

Depois que o bicho morreu foi só felicidade. 
A donzela o venceu com sua serenidade. 
Encontrou o seu moreno homem de virilidade. 
Beijou suas mãos e lábios com tanta docilidade. 
Agora a coisa é outra, uma nova realidade.

Janaina Cruz

sábado, 10 de dezembro de 2011

Um natal diferente


Noel não pode atender 
 Deixe por favor o seu recado
 Tá abismado e tem porquê
 Não é o mesmo do passado
 Está até passando mal
 Sem capital
 Faltou comida
 Famílha unida
 O escambal...
Tinha criança mendigando
 Uma senhora alí chorando
Tinha drogas nas esquinas
 Prostitutas tão meninas...
 Soltou as renas no quintal
 Vão pastar no matagal
Vou me empregar no carnaval!
 Adeus hipocrisia
 Acabou se a agonia
 Vou me embora pra Bahia
 Reformulei o meu papel
 Não sou mais papai Noel
Agora eu sou o tal
 De roupa colorida, de barbicha atrevida
 Agora sou papai carnaval
 Rôu, rôu, rôu... 
Janaina Cruz

Que o natal seja muito mais do que abraços e trocas de presentes, que todos os dias sejam dias de bem querer ao próximo...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Marca no pescoço


Já ofereci a minha pele para tua morada, nela podes guardar e empilhar teus desejos e beijos e, a beleza dos teus lábios desenhados em meu pescoço com raízes inesgotáveis, prenhes de ternuras naturais e circundantes. 
Tua força, teu volume resgatando cuidadosamente os meus impulsos, as minhas demandas.
 Esse amor não pesa e, acho que não envelhece também, mesmo que envelheçamos nós e criemos muitas rugas e o tempo dissimule o começo. 
Quero sempre amanhecer em ti, sem distâncias, resistências ou esquivas. Esse amor vem de uma dimensão maior que a nossa... 
Ardemos em poemas sem rasuras, composta de doações, e nenhuma antepaz agônica, em nosso fogo azulejam canções. 
Pode até nos agradar o anonimato dos dias, que sejam consagrados pelo fascínio. 
O desenho que o teu desejo deixou em meu pescoço, meio azul arroxeado, meio angular, me fez viajar, vestiu meus pés descalços, meu passo a passo a sinuosidade de linhas consentindo a total ousadia desse amor. 

Janaina Cruz

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O mulato


Amo a tua mulatês convidativa e, a disposição dos teus pelos macios, cheios de noite. Teus olhos, duas obras primas que desdormem a beleza do dia, duas águias conversando sobre teologia com Deus, admiráveis águias negras que me capturam e fazem de mim o que quiserem.

Carnudos e polêmicos lábios teus, asas onde voam meus desejos mais irracionais, neles é que verdadeiramente mato a minha sede, possuem um vinho feito para os deuses.

Língua em hélice meu mito fundamental, frisson diurno e noturno, feito pinceis de Brodovski a criar no céu de minha boca. Teus temperos e feitiços...

Ai, o teu peito debruçado sob um forte tórax, ágil e musculoso, meu travesseiro de devoções , tabuleiro perfeito para criações de inimagináveis poesias...

Quando nossos corpos estão despido, colados, a sensatez nos assiste de binóculos, há uma necessidade instintiva a nos deduzir escandalosos. E depois, no teu peito deitando harmonicamente a minha cabeça, hospedas-me em tua paz, acaricia o meus cabelos, enquanto divido contigo a minha poesia e minha religião.

Tua dança não me cansa e, sei que até te assusto, quando depois de tudo as minhas mãos tão curiosas ainda insistem em perder-se nas principais alamedas do teu corpo, corpo tão bem construído por Deus... Minhas mãos quase repousam inquietas e clandestinas no lugar que rapidamente está hirto. Não há demora, te esperneias, teu corpo latente reclama o teu.

E nos misturamos, a minha luz de leite e a tua mulatês de Esfinge que devora...

Em horas sãs

Horas e horas sãs...

Inserido sem freios em meu ventre, fazendo-me vislumbrar estrelas esferoides que passeiam anonimamente em meu prazer, teu prazer, em meus prazeres, em teus prazeres...

Explodimos fascinado pela perturbação interna, unindo nossas composições naturais, na vibração de um milagre, na tapeçaria de felicidade simples e concreta.

Janaina Cruz

Nossa canção:




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